A conversation with ... Pinto da Costa
26 July 2008
Jornal de Notícias
In the book "The truth of lies", Gonçalo Amaral, the coordinator of the PJ that was removed from the "Maddie case", has no doubts about the girl's death. Pinto da Costa followed his reasoning.
Specialist in Forensic Medicine, Pinto da Costa will meet the thesis defended by Gonçalo Amaral, who points to the death of Madeleine McCann. The teacher did not perceive why the analysis done by the British laboratory is not conclusive and is convinced that sooner or later the truth will eventually know. The big problem, according to the president of the Portuguese section of Transparency International, has resided in the wrong way as an investigation was conducted. Pinto da Costa believes that the chance of death should have been considered from the outset.
Believed in the thesis defended by Gonçalo Amaral, that Madeleine McCann died accidentally in the night of his disappearance?
It seems to me that it is possible that this has happened, basing myself on the fact that sniffer dogs had indicated the existence of a corpse, and also blood with the genetic profile of the girl.
The English laboratory says that the analyzes are not conclusive...
What the lab found was that, for a total of 19 alleles, 15 are present in the sample examined. However, in Portugal, Treble hooks to the authenticity of membership, ie, in paternity tests, we used 15 alleles. Therefore, the results from the British laboratory are highly significant. It seems to me, therefore, pertinent that the Thinking and the child may have died in the apartment. Another hypothesis is that it may have died out and then the body had been brought inside.
There is, in Portugal, the technical capability to do this kind of analysis?
Yes, could have been made in Portugal. I think that both the Forensic Science Laboratory of the Judicial Police and the various institutes of legal medicine are able to do. That has not happened perhaps for the people concerned are UK citizens.
The explanation, Gonçalo Amaral, the body that have been frozen or preserved in cold for more than 20 days, it also seems plausible?
What strikes me is that the body would not be totally putrefied. There are situations in which the corpse is kept more or less without having any substance, such as ice, for example. Moreover, we should not forget that this is the body of a child and and not an adult, decayable more quickly.
Believed that the truth will be discovered?
Yes, when all concerned to distance themselves. The neighbors get angry, to know the truth. The process has so many contradictions, so it is impossible to have a truth.
And what is the origin of so many contradictions?
The fact that the investigation had begun badly. Should [have broken] the positive hype and think that the child was dead. Also because the existence of abuse is a reality and, in such cases, the number one suspect is the father, not stepfather, uncle or anyone else. Moreover, the site should have been immediately put into custody to avoid circumvention, because the site survey is essential. The parents have launched the hypothesis of abduction, but who does criminal investigation must have "cuca cold" as they say in Brazil, and it cannot deviate from the essential elements. The investigation was done in reverse.
Investigação ao contrário
A conversa com... Pinto da Costa
26 July 2008
Jornal de Notícias
No livro "A verdade da mentira", Gonçalo Amaral, o coordenador da PJ que foi afastado do "caso Maddie", não tem dúvidas sobre a morte da menina. Pinto da Costa segue-lhe o raciocínio.
Especialista em Medicina Legal, Pinto da Costa vai ao encontro da tese defendida por Gonçalo Amaral, que aponta para a morte de Madeleine McCann. O professor não percebe por que razão as análises feitas pelo laboratório britânico não são conclusivas e manifesta a convicção de que, mais cedo ou mais tarde, a verdade acabará por se saber. O grande problema, segundo o presidente da secção portuguesa da Transparência Internacional, residiu na forma errada como foi feita a investigação. Pinto da Costa entende que a hipótese de morte deveria ter sido equacionada logo desde o início.
Acredita na tese defendida por Gonçalo Amaral, segundo a qual Madeleine McCann morreu acidentalmente na noite do seu desaparecimento?
Parece-me que é possível que tal tenha acontecido, baseando-me na circunstância de os cães pisteiros terem assinalado a existência de um cadáver e, também, de sangue com o perfil genético da menina.
O laboratório inglês diz que as análises não são conclusivas...
O que o laboratório concluiu foi que, num total de 19 alelos, 15 estão presentes na amostra examinada. Ora, em Portugal, para garatirmos a autenticidade da filiação, ou seja, nos testes de paternidade, utilizamos 15 alelos. Portanto, os resultados obtidos pelo laboratório britânico são altamente significativos. Parece-me, por isso, pertinente o raciocício de que a criança poderá ter morrido no apartamento. Outra hipótese é que poderá ter morrido fora e depois o corpo ter sido levado para dentro.
Não há em Portugal capacidade técnica para fazer esse tipo de análises?
Sim, podiam ter sido feitas em Portugal. Penso que tanto o Laboratório da Polícia Científica da Polícia Judiciária como os diversos institutos de Medicina Legal têm condições para as fazer. Isso não aconteceu talvez por as pessoas em causa serem de nacionalidade inglesa.
A explicação, de Gonçalo Amaral, de que o corpo terá sido congelado ou conservado em frio, durante mais de 20 dias, também lhe parece plausível?
O que me parece é que o corpo não estaria totalmente putrefacto. Há situações em que o cadáver se conserva mais ou menos sem haver adição de qualquer substância, como o gelo, por exemplo. Além disso, convém não esquecer que se trata do corpo de uma criança e não de um adulto, que apodrece mais rapidamente.
Acredita que a verdade vai ser descoberta?
Sim, quando todas as entidades envolvidas se distanciarem. Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades. O processo tem tantas contradições que, assim, é impossível haver uma verdade.
E o que está na origem de tantas contradições?
O facto de a investigação ter começado mal. Devia-se ter partido do exagero positivo e pensar que a criança foi morta. Até porque a existência de maus-tratos é uma realidade e, nestes casos, o suspeito número um é o pai, e não o padrasto, o tio ou qualquer outra pessoa. Por outro lado, o local deveria ter sido imediatamente posto em custódia para evitar a sua violação, porque o exame do local é fundamental. Os pais lançaram a hipótese de rapto, mas quem faz investigação criminal deve ter "a cuca fria", como se diz no Brasil, e não se pode desviar do essencial. A investigação foi feita ao contrário.